O mundo não compreende pessoas como eu.
Pessoas como eu não dizem o que os outros esperam ouvir; não fazem o que se deve fazer e possuem uma mutabilidade peculiar.
A singularidade que se faz presente em alguém que opta pelo sarcasmo e pela ironia ao invés de afeto é o ponto norte da personalidade de pessoas como eu.
Pessoas como eu dispensam os clichês da vida, e procuram sempre por pessoas iguais.
Já não se vê, mais, pessoas como eu. E é por esta raridade e escassez que pessoas como eu são exageradas e extremistas. É preciso se fazer notar e se fazer perceber que não se encontrará facilmente outra pessoa como aquela.
Não raras são as vezes em que não se mostram tolerantes e complacentes com o exposto pela rotina. Pessoas como eu precisam de novidades.
Definir-se? Bobagem! Pessoas como eu não devem fazer isso.
Viu-se, até então, uma introdução enrolatória para adentrar ao tema principal. A padronização dos que nos cercam.
Por tantas e tantas vezes pensamos no quanto determinada pessoa é igual ou diferente de quem supomos que somos.
Como se fosse destino, estava escrito.
Aquela melhor amiga presente desde muito novas só é amiga por pensarem de forma igual, certo? Errado!
A pessoa que faz seu coração bater mais forte tem tudo a ver com você? Não!
Cada pessoa tem suas nuances e facetas, que se modificam em razão do caso em que se encontrarem.
Ocorre que projetamos no outro, o que imaginamos em nós mesmos; fato que será confirmado por qualquer mínima concordância que haja entre uma idéia e outra, da mesma forma, se não o for, taxar-se-á a mera discordância como diferença. Tudo em função de um desejo descontrolado de que ela seja - de fato - igual, afinal pessoas iguais não se criticam.
No fundo todo mundo busca em outro alguém a sua "pessoa como eu", porque ninguém deseja conviver e trocar emoções com quem não comungue de alguns mesmos princípios basilares da personalidade.
Por esta razão, ainda que não se encontre exatamente o pleiteado, faz-se o possível para moldá-la, até que se torne o que tanto se buscará. Fato que torna-se extremamente prejudicial, pois além de não sanearmos nossos defeitos, ainda os repassamos a outrem.
Talvez seja por isso que hoje eu não mais procure alguém como eu. Entretanto, não tenho dúvidas de que cada um, dos que comigo convivem, incorporam muito de mim.
Belo texto, penso que não devemos procurar alguem como nós mas... alguem que nos complemente, ou seja não que encubra nossos defeitos, mas que nos ajude a nao mais errar, e quanto a amizade muitas são mutantes outras são reais outras são apenas algo pra se levar, o triste é omitir-se de viver esperando o pássaro azul, mas o mesmo não existe (exceto no twitter), então relacionado ao fim do texto nada mais é que o sistema de comunidade (comum unidade), elas (as pessoas) sao muito parecidas, a diferença é que distiguen-se do grupo aquelas que conseguem manter mais personalidade, do que o senso comum
ResponderExcluirO importante é que ter pessoas especiais ao nosso redor, cada uma de uma forma, da sua maneira..Porque as pessoas não são apenas especiais, elas tornam-se especiais por tudo aquilo que significam, por serem naturalmente autênticas, sem modelos pré-concebidos ou ideologias fabricadas.
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